Explicação de Apocalipse
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Apocalipse 6
6:1-8. A identidade do primeiro cavalo será em
grande parte determinado pela identificação dos três seguintes. O segundo
cavalo com o seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra, e isto, com as
palavras matar e espada, indica guerra. O terceiro cavalo com o seu cavaleiro
certamente representa falta de alimento, embora não propriamente uma fome. (A
moeda romana denarius, era equivalente ao salário de um dia de serviço. Uma
medida de trigo ou cevada era a média da porção diária dos trabalhadores.) O
quarto cavalo com o seu cavaleiro, mais terrível do que qualquer um dos outros,
leva o nome de Morte. A eles foi dada autoridade sobre um quarto da terra, para
matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.
À luz do
significado do segundo, terceiro e quarto cavaleiros, parece-nos que seda
irracional identificar o primeiro cavaleiro com o Senhor Jesus Cristo, que é o
cavaleiro sobre o cavalo branco em Apocalipse 19. Quando Cristo vier,
"conquistando e para conquistar", não haverá juízos subseqüentes,
tais como o segundo, terceiro e quarto cavalos representam. Swete está certo em
dizer do primeiro cavalo que "uma visão do Cristo vitorioso seria
inadequada no começo de uma série que simboliza derramamento de sangue, fome,
pestilência". Até mesmo Torrance o discerne, embora adote um esquema de
interpretação estritamente espiritual: "Pode haver alguma dúvida de que
isto é uma visão do anticristo? Parece-se tanto com o Cristo verdadeiro que
engana as pessoas, até muitos leitores desta passagem! ... Ele se aplica a todo
o mal que se baseia no bem e a tudo o que a maldade espiritual conquista
emprestando da Fé Cristã" (Thomas F. Torrance, The Apocalypse Today, pág.
44).
Observe que
nestas quatro primeiras cenas não há nomes de indivíduos, humanos ou
sobre-humanos, nem termos geográficos, nem acontecimentos específicos. Os
juízos são, como se vê, de natureza geral:- guerras têm acontecido com
freqüência sobre a terra, e são freqüentemente acompanhadas de pestes e falta
de alimentos, se não de fomes. Parece, então, que é apenas urna fase preliminar
de juízos mais terríveis que vêm a seguir.
9-11. A abertura dos quatro primeiros selos
forma uma unidade. Na abertura do quinto Selo temos o que eu chamaria de
primeiro, verdadeiramente difícil problema no livro do Apocalipse. Aqui estão
as almas dos homens que foram mortos por causa da palavra de Deus, e por causa
do testemunho que sustentavam. Em outras palavras, os mártires, que perguntavam
ao Senhor ressuscitado, Até quando . . . não julgas nem vingas o nosso sangue
dos que habitam sobre a terra? A resposta é dupla. Primeiro, cada um recebe uma
longa veste branca (v. 11), símbolo dos atos de justiça dos santos (cons.
19:8), de modo que, mesmo antes do fim, estes mártires recebem de algum modo
uma antecipação da glória por vir. São informados que devem permanecer como
estão até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos,
que tinham de ser mortos. Embora não se diga especificamente em que período de
tempo estes mártires devem ser colocados, o sexto selo certamente fala de
tremendas aberrações celestiais que jamais tiveram lugar, mas que acontecerão
no fim desta dispensação. Conseqüentemente, eu acho que são os que sofreram o
martírio nos dias imediatamente precedentes à Tribulação. Moorehead pode estar
certo ao dizer, "Tanto faz o que as pessoas dizem em oposição a este
argumento, na verdade eles foram mortos por ordem destes cavaleiros". O
comentário de Torrance aqui é excelente: "Depois das terríveis calamidades
que os poderes do mundo desencadearam sobre si mesmos, eles tentam negar o fato
de que são a causa de todo o mal e comoção, e por isso voltam-se contra o povo
de Deus e descarregam sua raiva contra ele, o bode expiatório" (op. cit.,
pág. 46).
12-17. Acontecimentos que se revelam na
abertura do sexto selo devem ser colocados no final desta dispensação. Este é
talvez o lugar certo para os fenômenos celestes, tão freqüentemente mencionados
nas Escrituras do V.T. e N.T. em passagens relacionadas com o fim dos tempos.
Com o advento do Sputnik, um certo número de artigos foi publicado sobre este
assunto, alguns dos quais contêm declarações bastante tolas. O assunto dos
distúrbios celestes foi apresentado pela primeira vez por Joel, em textos que
claramente apontam para "o dia do Senhor" (1:15; 2:1-11, 30, 31). Uma
passagem de Joel (2:28-32a) foi citada por Pedro em seu grande sermão no dia de
Pentecostes (Atos 2:16-21). Até aquele tempo não houve nenhum distúrbio
celeste, o quanto sabemos. Essas predições foram reiteradas por Isaías, também,
em relação ao "dia do senhor" (13:6-10; 24:21-23). Nosso Senhor
colocou muita ênfase sobre este aspecto da escatologia, em particular, no Seu
Discurso nas Oliveiras (Mt. 24:29, 31; Mc. 13:24-26; Lc. 21:11, 25). Todas
estas declarações referem-se ao período "depois da tribulação" (Mt.
24:29), com exceção de Lc. 21:11, que dão a entender que haverão alguns
distúrbios celestes antes mesmo que a Tribulação se estabeleça.
Entretanto, é
principalmente no Apocalipse que esses distúrbios foram registrados como
acontecendo. O primeiro se nos apresenta na passagem que está diante de nós,
por ocasião da abertura do sexto selo. Mas esse tipo de fenômeno ocorre quatro
vezes durante o juízo das trombetas, no primeiro, terceiro, quarto e quinto
(8:8 – 9:2). Durante o derramamento da quarta. taça, parece que o sol será
afetado (16:8), e durante o derramamento da sétima, grandes pedras cairão do
céu sobre os homens (16:17-21).
Um estudo
cuidadoso destas passagens parece revelar que não devemos pensar, com significado
profético, em nenhuma aberração celeste fora do comum, antes do período da
Tribulação. Isto se aplica especialmente aos inventos dos homens, importantes
como são; pois as manifestações celestiais mencionadas nas passagens proféticas
serão resultantes da interferência direta do próprio Deus. Em duas ocasiões no
passado, os homens experimentaram juízo divino na forma de grandes trevas: por
ocasião da nona praga no Egito (Êx. 10:21-23); e durante as últimas três horas
de nosso Senhor sobre a cruz (Mt. 27:45 e paralelos).
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