Explicação de Apocalipse
22
Apocalipse 22
O Estado de Bem-aventurança Predominante na Cidade
Santa. 22:1-5.
É estranho que
no capítulo 21 não haja nenhum detalhe descritivo de fenômenos naturais,
árvores, rios, etc., tais como encontramos na descrição do paraíso original no
Gênesis 2. Esses detalhes nos são apresentados agora, fazendo-nos lembrar não
só daquele capitulo, mas também de Ez. 47:1-12. "O pecado expulsou o homem
de um jardim. A graça leva o homem ao Paraíso eterno". Aqui temos a
beleza, vida em plena abundância, a soberania de Deus, saúde para as nações da
terra, ausência de toda maldição; nunca mais . . , maldição (v. 3), sobre o
homem ou sobre a terra onde ele vive ou na cidade de sua habitação, nem sobre
qualquer relacionamento que prevalece entre os homens – Cristo removeu a
maldição e todas as suas conseqüências. Aqui está também um quadro do culto
prestado, a visão perfeita, que é ver a face de nosso Senhor, e Seu nome
gravado em nossas testas. Aqui estão mais dois cancelamentos ou eliminações
finais das coisas que perturbavam ou preocupavam o homem: a remoção de toda
maldição, e a eliminação da noite para sempre.
Não são, porém,
os aspectos negativos desta passagem que mais deleitam nossos corações, mas
suas afirmações positivas. Aqui as bênçãos que Deus nos tem desejado através
dos séculos e das quais tem feito provisão, atingem um clímax da perfeição: no
céu estaremos servindo o Senhor (v. 3b); veremos o Seu rosto; Seu nome estará
em nossas testas (v. 4); reinaremos com Ele para todo o sempre (v. 5). Aqui
estas promessas, como as que se encontram em Mt. 5:8; I Jo. 3:2; I Co. 15:49,
etc., tornar-se-ão a experiência eterna dos crentes. Em outras palavras teremos
o caráter do Senhor, serviremos o Senhor, minaremos com o Senhor, e nos
regozijaremos satisfazendo-nos eternamente com a visão de Sua gloriosa face.
(Um dos exames mais profundos e satisfatórios da Cidade Santa se encontra na obra
de Govett, págs. 549- 610).
Todos os
gloriosos propósitos de Deus, ordenados desde a fundação do mundo, agora são
atingidos. A rebelião dos anjos e da humanidade está finalmente subjugada, e o
Rei dos reis assume a soberania a que tem direito. Santidade absoluta e
imutável caracteriza todo o universal Reino de Deus. Os redimidos, assim
transformados pelo sangue do Cordeiro, estão na ressurreição e glória eterna. A
vida está por toda a parte – e a morte não se intrometerá nunca mais. A terra e
os céus, ambos foram renovados. Luz, beleza, santidade, alegria, a presença de
Deus, a adoração a Deus, o serviço prestado a Cristo, a semelhança com Cristo
tudo agora são realidades permanentes. O vocabulário do homem, adequado para
esta vida, é incapaz de descrever verdadeira e corretamente o que Deus preparou
para aqueles que O amam.
O Epílogo. 22:6-20.
Para os
versículos finais do Apocalipse, não é necessário dar uma interpretação
extensa. A maior parte destas declarações, como o final de quase todas as
epístolas do N.T., são exortativas.
6-10. A primeira declaração é quase idêntica
à declaração da abertura do Apocalipse (1:1,2), exceto que lá foi mencionado um
"servo", João, e aqui são servos. Os 'espíritos dos profetas' são as
faculdades naturais dos profetas, despertadas e. avivadas pelo Espírito
Santo" (Swete). Do mesmo modo no versículo 7 somos levados de volta a 1:3.
Esta ordem de guardar as palavras da profecia deste livro (veja 3:8,16; 14:12;
12:17) enfatiza uma verdade que estamos prontos demais a esquecer, isto é, que
as Escrituras proféticas têm implicações éticas. Profecias e mandamentos estão
aqui interligados.
11-15. No versículo 11 temos uma verdade
solene, às vezes chamada de "permanência de caráter". Devo mais uma
vez, a esta altura, apresentar aos meus leitores as concisas e solenes linhas
de Swete: "Além de ser verdade", diz ele, "que as perturbações
dos últimos dias terão a tendência de fixar o caráter de cada individuo segundo
os hábitos que ele já tenha formado, haverá um tempo em que uma mudança será impossível
- quando não haverá mais oportunidade de arrependimento de um lado ou de
apostasia do outro".
A vinda de
Cristo é o tema preeminente de ambos, o Prólogo e o Epílogo (1:7; 22:7, 12,
20). Com sem demora (v. 12) não está se dizendo que o Segundo Advento ocorreria
logo após João completasse a escrita deste livro. Antes, significa que os
acontecimentos da Segunda Vinda acontecerão tão depressa, numa rápida sucessão,
que alguns serão tomados de surpresa. O versículo 13 repete o titulo de Cristo
(1:11; 21:6), que também é concedido a Deus (1:8). As categorias relacionadas
aqui, daqueles que terão barrada a entrada na Cidade Santa, cada um apresentado
com o artigo os são substancialmente as mesmas de 21:8. Estes versículos
certamente não querem dizer que naquela ocasião ainda haverá grupos de homens
na terra cometendo tais pecados.
16. Agora o próprio Cristo fala, primeiro
simplesmente declarando que foi Ele quem deu origem às revelações que João
registrou. Esta é a primeira vez que a palavra igreja (ekklesia) apareceu desde
as cartas às sete igrejas. Então Ele atribui a Si mesmo um título duplo: Ele é
a raiz e a geração de Davi, conforme foi há muito profetizado pelos profetas
(Is. 4:3; 11:1, 2; 55:1-5; Amós 9:11,12); e Ele é a brilhante estrela da manhã
(cons. Ap. 2:28). A estrela da manhã precede o perfeito brilho da luz do sol.
17. O convite triplo, tão cheio de graça, é
enunciado 1) pelo Espírito, 2) pela Esposa, e 3) pelos que ouviram. Segue-se
uma designação dual específica daqueles a quem o convite foi particularmente
enviado – aqueles que têm sede (Jo. 7:37) e aqueles que querem.
18,19. O livro, com exceção da saudação,
termina com mais uma solene advertência contra o acrescentar ou tirar alguma
coisa às palavras da profecia deste livro. Não conheço ninguém que tenha
comentado isto de maneira mais aceitável do que Lang: "A revelação da
verdade está completa, pois nada pode estar além do estado eterno. Enquanto na
letra estrita, a ameaça desta terrível advertência se aplica ao Apocalipse,
visto no entanto, que esta porção do Livro de Deus está enraizada em,
interligada com e é o final de toda a Palavra de Deus, torna-se impossível
falsificar este livro final, sem maltratar o que Deus concedeu antes" (op.
cit., págs. 384, 385).
20,21. As três últimas palavras são as 1) de
Cristo: Certamente venho sem demora; 2) da Igreja: Amém. Vem, Senhor Jesus; e
3) de João: A graça do Senhor Jesus seja com todos. Embora esta fórmula de
despedida seja semelhante ao que freqüentemente encontramos na conclusão das
epístolas do N.T. (Rm. 16:20, 24; I Co. 16:23; Ef. 6:24; lI Tm. 4:22; Hb.
13:25; I Pe. 5:12; etc.), nesta forma exata só se encontra aqui. Conforme esta
dispensação vai chegando ao fim, e nós vemos que vai tomando posição, de
maneira preliminar, algumas das terríveis conseqüências da rejeição da Palavra
de Deus, estas três palavras finais tornam-se cada vez mais preciosas e vitais.
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