Explicação de Apocalipse
19
Apocalipse 19
A Batalha do Armagedom. 19:1-21.
19:1-8. Enquanto o capítulo 19 deste livro
recebe generalizadamente o título, "A Batalha do Armagedom", na
verdade a primeira metade do capítulo se ocupa com uma cena no céu, onde temos
os três últimos hinos do Apocalipse. Primeiro, uma grande multidão se ouve
cantando, Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder, por causa do juízo sobre
a grande prostituta que foi finalmente executado (vs. 1, 2). Aleluia foi
extraído diretamente do hebraico e é formado de duas palavras, hallel,
significando "louvor", e jah, palavra básica para Deus. Aleluias
aparecem no começo dos Salmos 111 e 112, e no começo e fim dos Salmos 146 a
150, etc. Este hino repete-se uma segunda vez. Então os vinte e quatro anciãos
e as quatro criaturas viventes caem diante de Deus, também gritando Amém,
Aleluia (v. 4).
Finalmente, João
ouve vozes, as quais ele não identifica especificamente (v. 6), cantando o
último dos cânticos, começando com Aleluia, desta vez não por causa do
julgamento da Babilônia, mas por causa das bodas do Cordeiro, cuja esposa a si
mesma já se ataviou (vs. 6-8). Com isto, João recebe ordem de anotar a última
bemaventurança deste livro, na qual anuncia-se que a ceia das bodas do Cordeiro
está para se realizar (v. 7). O relacionamento de Deus e Cristo com os
redimidos conforme expresso em termos de casamento é freqüentemente encontrado
em ambos os Testamentos (Os. 2:19-21; Ez. 16:1 e segs.; Sl. 45; Mc. 2:19; I Co.
6:15-17; Ef. 5:25-27). As vestes da noiva são notavelmente diferentes das
vestes da grande prostituta, pois a santa noiva só usa linho puro e
resplandecente (Ap. 19:8), símbolo dos atos de justiça dos santos. Tudo o que o
N.T. fala em se tratando de Cristo como o esposo e a Igreja como a esposa,
agora está consumado.
11-16. Este parágrafo sempre me pareceu
esmagadoramente glorioso demais para uma exposição. Vê-se agora Cristo
cavalgando um cavalo branco, descendo dos céus para "julgar e
pelejar". Aqui Ele recebe o título de Fiel e Verdadeiro, o qual Lhe foi
conferido no começo deste livro (1:5; 3:7,14). A frase, com justiça, é
importante. Juízo, em toda a Bíblia, está sempre identificado com justiça. Esta
foi exatamente a frase usada pelo Apóstolo Paulo em Atos 17:31. Na verdade,
esta é a palavra usada na primeira referência a Deus como o juiz de toda a
terra (Gn. 18:25; veja também Sl. 9:4, 8; 98:9; Is. 11:4; etc.). Justiça, diz
Cremer, uma autoridade léxica, é "aquele padrão divino que se exibe em
comportamento harmônico com Deus . . . o qual corresponde à norma divina".
Nosso Senhor mesmo disse: "O meu juízo é justo, porque não busco a minha
vontade, mas a vontade do Pai que me enviou" (Jo. 5:30). A descrição de
Cristo aqui (Ap. 19:12,13), com olhos de chama de fogo e um manto tinto de
sangue, leva-nos de volta ao começo do livro (1:14; 2:18). A frase, tinto de
sangue, foi extraída de Is. 63:3.
Agora Cristo
recebe um grande título, o Verbo de Deus (Ap. 19:13). Como a Palavra de Deus,
Ele fez os mundos. Foi pela rejeição da Palavra que o pecado entrou no mundo.
Pela Palavra de Deus, a salvação foi oferecida aos homens. O pecado e a anarquia,
impiedade e rebelião, são de uma forma ou de outra o repúdio da Palavra de
Deus. Essa Palavra, Eterna e Onipotente, desce agora do céu para cumprir a
profecia, para destruir os inimigos de Deus, para revelar ao universo, de uma
vez para sempre, a tolice de se resistir a Cristo e a indiscutível preeminência
do Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores (v. 16). Somos agora introduzidos em uma
cena terrena na qual os reis da terra desempenham papel proeminente. Como é
estranha e trágica esta situação que descortinamos agora, na qual parece que os
governantes do mundo inteiro se unem em um terrível esforço de destruir o
ungido de Deus. Como isto contraria os sonhos da humanidade, as tolas
declarações dos seus falsos profetas, e de sua injustificada crença de que a
sociedade humana está sempre progredindo nos setores da paz, da bondade, da
camaradagem e bem-estar social. Veremos o cumprimento do Salmo 2.
17-21. Não posso deixar de crer que esta
batalha se realizará literalmente, e por isso exige atenção cuidadosa, ainda
que rápida. A planície de Megido, em outro lugar chamada de planície de
Jezreel, ou Esdrelom, ficou famosa na história de Israel, por suas derrotas e
vitórias. Aqui se deu a vitória de Baraque Sobre os cananeus, quando os
próprios astros lutaram contra Sísera (Jz. 4:5); a vitória de Gideão contra os
midianitas (Jz. 7); e do mesmo modo a derrota e morte do Rei Saul e seus três
filhos sob as mãos dos filisteus (I Sm. 4). Aqui aconteceu a grande tragédia da
derrota e morte do Rei Josias sob as mãos dos egípcios (II Reis 23:29, 30).
Mais tarde na história, as cruzadas foram aqui derrotadas, na batalha de Horns
de Hattin, em 1187 A.D. Aqui o General Allemby, em 1917, obteve a grande
vitória sobre os turcos, pelo que foi honrado mais tarde com o título de Lord
Allemby de Megido. Esta grande planície, com cerca de doze milhas de largura,
situada no meio da Palestina, vai das praias do Mediterrâneo até o Vale do
Jordão. Nesta planície, diz uma grande autoridade, tivemos "a primeira
batalha da história na qual podemos estudar, sob todos os ângulos, a disposição
das tropas, e assim, ela forma o ponto de partida para a história da ciência
militar". Esta batalha se deu em maio de 1479 A.C., entre as forças sírias
e egípcias sob o comando de Tutmoses III (veja Harold H. Nelson, The Battle of
Megido, págs. 1, 63).
Sobre este campo
de batalha, George Adam Smith escreveu certa vez: "Que planície! Sobre
ela, não só os maiores impérios, raças e religiões do Oriente e do Ocidente,
têm contendido uns contra os outros, mas cada qual tem sido julgado – sobre
ela, desde o princípio, com todo o seu esplendor de batalha humana, os homens
sentiram que lutavam contra o céu e, que as estrelas lutavam em suas rotas –
sobre ela o pânico desceu misteriosamente sobre os exércitos mais bem equipados
e mais capazes, mas os humildes obtiveram a vitória na hora de sua fraqueza –
sobre ela falsas religiões, como também os falsos defensores da verdadeira fé,
têm sido desmascarados e dispersos – sobre ela, desde o tempo de Saul, a
obstinação e a superstição, embora amparadas por todas as qualidades humanas,
foram reduzidas a nada, e desde o tempo de Josias a mais pura piedade não tem
sido substituída por zelo impetuoso e equívoco" (Historical Geography of
the Holy Land, pág. 409).
Profecias que
provavelmente se referem a esta batalha futura são encontradas desde 800 A.C.
(Joel 3:9-15; veja também Jr. 51:27-36; Sf. 3:8; e Ap. 14:14-20; 16:13-16;
17:14).
A batalha
termina quase que imediatamente após ter começado. Dois grandes inimigos de
Deus são presos, a besta e o falso profeta (cuja obra foi destacada no capítulo
13), e são lançados vivos dentro do lago do fogo que arde com enxofre (v. 20).
(Para um exame mais detalhado sobre este assunto consulte: George Adam Smith,
op. cit., págs. 379-410; William Miller, The
Least of All Lands, 1888, págs. 152-212; e artigos em várias
enciclopédias; como também minha obra, World Crises in the Light of Prophetic
Scriptures, págs. 96-1 19).
A palavra
Armagedom faz parte hoje da língua inglesa, e está corretamente definida no
Oxford English Dictionary como "o lugar da última batalha decisiva".
Swete, escrevendo antes da Primeira Grande Guerra, disse acertadamente,
"aqueles que observam as tendências da civilização moderna não acharão
impossível imaginar que virá um tempo quando através de toda a Cristandade, o
espírito do Anticristo irá, com o apoio do Estado, tomar firme posição contra o
Cristianismo leal à pessoa e ensinamentos de Cristo".
Apocalipse 1 Apocalipse 2 Apocalipse 3 Apocalipse 4 Apocalipse 5 Apocalipse 6 Apocalipse 7 Apocalipse 8 Apocalipse 9 Apocalipse 10 Apocalipse 11 Apocalipse 12 Apocalipse 13 Apocalipse 14 Apocalipse 15 Apocalipse 16 Apocalipse 17 Apocalipse 18 Apocalipse 19 Apocalipse 20 Apocalipse 21 Apocalipse 22
Apocalipse 1 Apocalipse 2 Apocalipse 3 Apocalipse 4 Apocalipse 5 Apocalipse 6 Apocalipse 7 Apocalipse 8 Apocalipse 9 Apocalipse 10 Apocalipse 11 Apocalipse 12 Apocalipse 13 Apocalipse 14 Apocalipse 15 Apocalipse 16 Apocalipse 17 Apocalipse 18 Apocalipse 19 Apocalipse 20 Apocalipse 21 Apocalipse 22
0 Comentários