Explicação de Apocalipse 11

Explicação de Apocalipse 11
Explicação de Apocalipse 11

Apocalipse 11
As Duas Testemunhas em Jerusalém. 11:1-12. O décimo primeiro capítulo do Apocalipse sempre tem sido para mim de enorme interesse. A cena certamente acontece em Jerusalém, a qual embora chamada espiritualmente Sodoma e Egito (v. 8; cons. Is. 1:9, 10) é especificamente chamada de lugar onde também o seu Senhor foi crucificado. Os acontecimentos aqui registrados ainda não aconteceram, mas acontecerão literalmente na "cidade santa" no final dos tempos.

1,2. João recebe a ordem de pegar uma cana para medir o santuário de Deus, o seu altar, e os que naquele adoram (v. 1), o que certamente implica de que haverá alguma espécie de templo em Jerusalém nessa ocasião. Faz-se a declaração de que a cidade santa será pisada por quarenta e dois meses (v. 2), um período de tempo também encontrado em 13:5, idêntico aos 1.260 dias de 11:3 e 12:6. Eu o entendo como sendo a primeira metade do período de sete anos da nossa dispensação, ocorrendo a Grande tribulação na segunda metade, quando o Anticristo exercerá poder universal.

3-12. Duas testemunhas aparecem agora, enviadas por Deus a profetizar nesta cidade, embora não sejamos informados da natureza de sua mensagem. Elas são comparadas às duas oliveiras e castiçais (v. 4) descritas em Zacarias 4. Recebem poder sobrenatural, tal como Elias e Moisés (I Reis 17:1), para matar seus inimigos, provocar seca, transformar água em sangue, e ferir a terra com pragas a seu bel-prazer (vs. 5, 6). Quando elas terminarem a obra de que Deus as encarregou, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará (v. 7). Os corpos desses dois profetas são colocados na praça desta cidade, e homens de toda a terra virão olhá-los durante três dias e meio, e participarão de um regozijo quase que universal por causa da morte desses homens que os atormentaram e que agora, pensam eles, estão destruídos (vs. 8-10). Para espanto dos seus inimigos, passados três dias e meio, Deus os levanta e os chama para a glória, e eles sobem para os céus em uma nuvem (vs. 11, 12).

A pergunta é, quem são essas duas testemunhas? As respostas têm sido muitas. O texto não permite de modo nenhum, creio eu categoricamente, uma interpretação referindo-se a um movimento, ou, como Lange insiste, ao estado cristão e à Igreja Cristã (pois onde encontrar um estado cristão atualmente?), ou ao V.T. e ao N.T., ou à Palavra e ao Espírito, ou aos cristãos fiéis, como crêem Milligan é Swete. Eu acho que estas testemunhas devem ser consideradas como indivíduos. Muitos afirmam que são Moisés e Elias (Simcox, etc.), outros que são Enoque e Elias (Seiss, Lang, Govett). Mas com referência a tais opiniões eu concordo com a posição de Moorehead: "É extremamente improvável que aqueles santos, depois de séculos de bemaventurança no céu, sejam enviados para a terra para dar testemunho aos judeus e gentios" (op. cit., pág. 86). Francamente, acho que nada ganhamos em prolongarmos debates em relação à identidade delas. São duas testemunhas enviadas por Deus e revestidas por Ele de grande poder.

Embora o comentário de Govett sobre esses povos, tribos e nações que olham para aqueles corpos mortos (vs. 9, 10) fosse escrito em 1864, continua digno da nossa atenção: "A palavra blepo, isto é, olhar para, não indica que as nações simplesmente os verão, mas dirigirão seus olhos para esta grande visão e arregalarão seus olhos diante dela. 'Mas como', pergunta-se, 'os homens de toda a terra poderão se regozijar com a notícia quando apenas um intervalo de três dias e meio se colocará entre a morte e a ressurreição deles? . . . ' Não é perfeitamente concebível se o telégrafo elétrico tiver se expandido com a rapidez dos últimos anos?" (op. cit., pág. 243, 246, 247). Atualmente, com a televisão à disposição de todos, podemos entender melhor esta passagem. As palavras de Lenski em relação a esses inimigos de Deus alegrando-se com a morte dos dois profetas (v. 10) provocam especiais cogitações: "O mundo perverso não pode esquecê-los e simplesmente continua em sua obstinação. Mesmo quando estão final e completamente silenciados, o mundo obstinado não consegue deixar de lado seu testemunho divino. Precisam falar nele, levar toda gente a olhar para aqueles lábios que já não falam mais. Aqueles que desprezam a Palavra não conseguem nunca livrar-se dela. Até mesmo o seu regozijo com o silêncio dela faz com que se ocupem da Palavra" (op. cit., pág. 346).

13,14. Com a ascensão das duas testemunhas, Jerusalém experimenta um grande terremoto, resultando na morte de sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas, e deram glória ao Deus do céu (v. 13). Não encontramos convicção de pecado neste temor, apenas um sentimento de medo que logo passa.

A Sétima Trombeta e a Cena no Céu. 11:15-18.
Tal como na abertura do sétimo selo, quando o sétimo anjo faz soar a sétima trombeta, nenhum acontecimento imediato se segue e nenhum juízo imediato é anunciado. Antes, com o soar desta trombeta, temos uma cena no céu, e faz-se uma das maiores declarações de toda a Bíblia referentes a Cristo: "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (v. 15). O mundo inteiro aparece agora sob um só poderoso governo universal.

Esta declaração é seguida por um hino de louvor oferecido pelos vinte e quatro anciãos a Deus Todo-Poderoso. Esta é a única ocasião em que os anciãos são descritos prostrando-se diante de Deus. Com o anunciamento de que o reino de Deus através de Cristo está próximo, recebemos um resumo pitoresco (v. 18) dos acontecimentos que vão se suceder: 1) as nações estão iradas; isto é, haverá uma tentativa de agressão contra Cristo e os Seus; 2) a ira de Deus está para se desencadear; 3) os mortos serão julgados; 4) os crentes, aqui se dividem em três grupos – os profetas, os santos, e os que temem o Seu nome, serão recompensados; e 5) os destruidores estão para serem destruídos. A partir disto pode-se concluir com certeza que conforme se aproxima o tempo de Cristo assumir Sua autoridade real sobre esta terra, o ódio das nações da terra contra o povo de Deus vai se intensificar, e a oposição ao Evangelho vai aumentar.

11:19. A maioria dos estudantes concordará que 11:19 deve ser considerado como a introdução ao que está para ser revelado no cap. 12. Aqui novamente, como no começo das passagens dos sete selos (4:5) e das sete trombetas (8:5), relâmpagos, vozes, trovões e um terremoto. O que João vê agora no céu – um templo de Deus e a arca da aliança – apresenta um problema de interpretação. Esta não poderia ser realmente a arca do concerto que esteve no meio de Israel durante sua viagem pelo deserto (como alguns insistem); pois ela já não existia mais no tempo de Cristo. A palavra aqui traduzida para templo (E.R.C.), naos, significa "santuário" (E.R.A.), a parte interior do templo. Quando a Cidade Santa descer do céu, diz-se explicitamente que não haverá templo nela (21:22). 


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