Estudo sobre Apocalipse 16
Reveja
o esboço de Apocalipse 8 a fim de ver o paralelo entre os julgamentos das
trombetas e das taças. Em cada caso, os julgamentos afetam as mesmas coisas;
todavia, o das taças é mais severo. Parece bem evidente que os julgamentos das
taças ocorrem em rápida sucessão e visam, principalmente, à besta e ao seu reino
satânico. Essas calamidades preparam o caminho para o Armagedom e para o
retorno de Cristo à terra a fim de reivindicar seu reino.
I.
Úlceras malignas (16:1-2)
Essa
passagem lembra a sexta praga do Egito (Êx 9:9), em que arrebentaram úlceras
nos egípcios. No versículo 2, a palavra "perniciosas" tem o sentido
de "ofensivo, vexatório". Deus
prometera enviar essa praga a Israel, se a nação se rebelasse contra ele (Dt
28:27,35); sem dúvida, os crentes judeus sofrerão junto com os descrentes
gentios. Observe que, no derramamento da quinta taça (v. 11), essas úlceras
também atormentarão o mundo. A desgraça não amolece o coração deles; os homens
ainda blasfemam contra Deus e se recusam a curvar-se diante dele.
II.
Transformação de água em sangue (16:3-7)
Nesses
versículos, são derramadas duas taças. O segundo anjo transforma o mar em
sangue, e a terceira taça transforma as fontes e os rios em sangue. Mais uma
vez, isso lembra- nos a primeira praga do Egito (Êx 7:18; SI 105:29) e também a
segunda trombeta (8:8ss). No entanto, o julgamento da trombeta transforma apenas
um terço do mar em sangue; aqui, todas as fontes de água do mundo são
corrompidas, poluídas! O anjo das águas (veja 7:1-2 e 14:18) louva a Deus por
esse julgamento e declara que é justo. As pessoas da terra derramaram sangue, portanto
devem beber sangue. Ao longo da Bíblia, vemos a aplicação dessa regra. O faraó
afogou meninos hebreus; assim, seu exército afogou-se no mar Vermelho. No
relato de Ester, Hamã fez uma forca para pendurar Mordecai, no entanto ele e
seus filhos foram enforcados nela! O versículo 7 mostra que almas sob o altar
estão satisfeitas; Deus respondeu à oração delas e vindicou-as (6:9).
III.
Fogo e trevas (16:8-11)
Os
julgamentos do quarto e do quinto anjos envolvem os céus. O quarto anjo fez com
que o sol queimasse os homens. Esse é um contraste nítido com o julgamento da
trombeta de 8:12 em que a terça parte do sol foi escurecida. Nesse caso, Deus
permite que o sol queime os homens a fim de dar-lhes uma antecipação de como é
o inferno. Esse é o dia que "arde como fornalha", prometido por
Malaquias (Ml 4:1-2). Os pecadores se arrependeram? Não! Essa é a dureza do
coração humano!
O
quinto anjo traz trevas. É possível que essa escuridão cubra apenas o local em
que está localizado o trono da besta. Essas trevas fazem paralelo com a nona
praga do Egito (Êx 10:21-23). Satanás é o príncipe das trevas, portanto é justo
que a escuridão invada o reino dele. Joel 2:1-2 declara que o Dia do Senhor
será "de escuridade e densas trevas". Em Marcos 13:24, veja a
profecia de Cristo. Imagine a agonia dos homens em agüentar as dores das
úlceras incuráveis no escuro! Isso é mais uma antecipação do inferno. Mesmo
assim, eles não se arrependerão. Como William Newell disse: "Os homens que
não são ganhos pela graça, não o são de forma alguma".
IV.
A reunião dos exércitos (16:12-16)
Deus,
quando libertou Israel do Egito, secou o mar Vermelho para a nação passar.
Aqui, ele seca parte do rio Eufrates para que os exércitos dos reis do Oriente
se encontrem com os das nações do mundo em Armagedom. Uma tradução melhor para
a palavra "peleja" (v. 14) seria "campanha". Você se lembra
de que, por volta do meio da tribulação, a Rússia e seus aliados invadiram a
Palestina (batalha de Gogue e Magogue; Ez 38— 39) e foram julgados pelo Senhor.
Isso deixou a besta com o controle total do sistema mundial e estabeleceu a
sede de seu governo em Jerusalém. Contudo, a Rússia, os reis do Oriente e o
Egito juntam forças para combater os exércitos da besta, em Armagedom. A
palavra "Armagedom" significa "monte de Megido". Há muito
tempo, essa área é reconhecida como um dos maiores campos de batalha do mundo,
e a batalha entre Cristo e o anticristo se dará nesse local. Como esses
exércitos são reunidos? A trindade satânica usa demônios para reuni-los (vv.
13-14). Essas não são rãs de verdade; elas simbolizam os recursos demoníacos que
Satanás usará para reunir o maior exército da história do mundo para lutar
contra o Senhor. (Veja 1 Tm 4:1, Êx 8:5-7 e 1 Rs 22:20-38.) Os exércitos se
reunirão para atacar Jerusalém, depois aparecerá o sinal do Filho do Homem (Mt
24:29-30), e os exércitos se unirão contra Cristo. Apocalipse 19:11-21 relata o
resultado desse confronto. Leia também Joel 3:9-14, Sofonias 3:8, Zacarias 12 e
Isaías 24:1-8.
O
versículo 15 é uma promessa para os santos que estarão na terra nessa época. Em
1 Tessalonicenses 5:2, fica claro que a igreja não será pega desprevenida.
Apocalipse 18:4 apresenta uma advertência em que Cristo pede que seu povo se guarde
do mundo e não se macule com os esquemas satânicos. Mantenha suas vestes puras
(2 Co 7:1). Esse é um bom conselho para os santos de hoje.
V.
O fim do mistério de Deus (16:17-21)
Em
10:6-7, o Senhor prometeu que após o derramamento da sétima taça terminaria o
"mistério de Deus", e, agora, essa promessa se cumpre. Essa seção
descreve eventos que aguardam a queda da Babilônia e o retorno
de Cristo para reinar sobre a terra. A sétima taça inclui o que acontece nos
capítulos seguintes (caps. 1 7— 19).
Por
que o sétimo anjo derramou a sua taça pelo ar? Porque esse é o reino designado
para Satanás, "o príncipe da potestade do ar" (Ef 2:2). Os
julgamentos tocaram o mundo da natureza e a humanidade, mas não o
"responsável" por tudo isso — Satanás. Todavia, a partir desse ponto,
Cristo lidará com o sistema religioso (cap. 17) e político (cap. 18) e com o
exército de Satanás (cap. 19) e com a "antiga serpente" (20:1-3).
Quando a sétima taça é derramada, o trono e o templo do céu dizem, uníssonos,
"Feito está!". O mistério de Deus está terminado! As almas sob o
altar não precisam mais perguntar "Até quando?". Essa declaração
lembra as palavras de Cristo na cruz "Está consumado!". Deus dirá de
novo "Tudo está feito!", quando anunciar a nova terra e o novo céu
(21:6).
O
terremoto divide Jerusalém (veja 11:8) em três partes; veja Zacarias 14:4. Mas
outras grandes cidades do mundo também cairão, não apenas Jerusalém, e a grande
Babilônia vem para o julgamento. A Babilônia, em Apocalipse 17, é a igreja
apóstata dos últimos dias e, no capítulo 18, o sistema políticoeconômico da besta.
A chuva de pedras (v. 21) lembra a
sétima praga do Egito (Êx 9:22-26). Imagine pedras com 56 quilos, peso de um
talento de prata na época de João. Levítico 24:1 6 afirma que os blasfemadores
devem ser apedrejados até a morte, portanto os homens que continuaram a
blasfemar contra Deus receberão o que merecem (vv. 9,11,21).
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