Explicação de Apocalipse
16
Apocalipse 16
16:1, 2. Estamos agora prontos a examinar as
sete taças da ira de Deus.
A primeira,
comparável à sexta praga do Egito, resultou no tormento dos homens que tinham o
sinal da besta com úlceras malignas e perniciosas, não especificamente
identificada.
Quando a segunda
taça foi derramada (cons. com a primeira praga do Egito), o mar toma a
aparência de sangue como de um morto, e toda a vida que há nele morre (v. 3).
Weidner dirige a atenção para a semelhança e diferença entre esta praga e a da
segunda trombeta (8:8, 9): "Os juízos de Deus vão se tornando cada vez
mais terríveis conforme a maldade aumenta e o fim se aproxima".
4-11. A terceira taça da ira também afeta os
rios e as fontes das águas, levando o anjo das águas a reconhecer a justiça e a
santidade de Deus, e a justificação de tais terríveis manifestações da justiça
divina (vs. 5,6).
A quarta taça,
envolvendo o sol, aumenta de algum modo a intensidade do calor que a terra
recebe do sol; e os homens foram queimados com ele, o que resultou em
blasfêmias contra Deus (vs. 8, 9).
A quinta taça da
ira é semelhante ao juízo da quarta trombeta e à nona praga do Egito, em sua
manifestação de trevas, exceto que nesta ocasião é o reino da besta que é
coberto pelas trevas (vs. 10, 11). Deus está agora começando a atingir o trono
do Seu grande inimigo, que tem sido a causa vital do engano dos homens, seus
crimes horríveis e o seu ódio contra Deus.
12-16. No derramamento da sexta taça sobre o
rio Eufrates, João vê os reis que vêm do lado do nascimento do sol impelidos,
como foram, pelo poder satânico a que marchassem para o Armagedom (v. 16), para
a peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso (v. 14).
Este é o único
lugar em que o Armagedom é nominalmente mencionado no livro do Apocalipse. A
batalha propriamente dita é descrita na última parte do capítulo 19. Moorehead
escreveu, antes mesmo da Primeira Grande Guerra e o despertamento atual da
Ásia, que "as grandes hordas da Ásia serão envolvidas na batalha decisiva
e esmagadora do grande dia de Deus". O Extremo Oriente tem tido profundo
significado para a civilização Ocidental apenas neste último século, e o mesmo
acontece com o Oriente Próximo desde o término das Cruzadas. Que enorme
diferença entre a poderosa China de hoje, em seu regime comunista e ateu, e o
império comparavelmente fraco que conhecemos no começo deste século!
O secamento do
rio Eufrates (v. 12), preparando caminho para a chegada destes exércitos do
Oriente, pode ser tomado simbolicamente ou não; mas certamente não pode se
referir ao enfraquecimento do Império Otomano, nem ao rio Mississipi, como
pretendem alguns.
Hengstenberg
comentou acertadamente:
"O Eufrates
foi mencionado aqui, apenas no que se refere ao impedimento que representa para
a marcha do poder ímpio do mundo na direção da Terra Santa".
Esses reis não
são judeus vindo à Palestina em busca de bênçãos mas reis pagãos vindo a Megido
para a batalha.
Esta passagem abrange uma das mais terríveis
declarações da Bíblia, isto é, que espíritos imundos (v. 13), espíritos de demônios
operando milagres, irão ao encontro dos reis do mundo inteiro, com o fim de
ajuntá-los para a peleja (v. 14). Isto pode significar nada mais que no final
dos tempos os governantes da terra serão endemoninhados. E somos quase
compelidos a crer, pelos acontecimentos dos últimos quarenta anos, que alguns
governantes já têm sido possuídos por demônios.
17-21. Embora o sétimo selo não venha logo
após a abertura do sexto, e o tocar da sétima trombeta ficasse adiada por algum
tempo, neste capítulo o derramamento da sétima taça segue-se imediatamente ao
derramamento da sexta. Aqui a ira de Deus está dirigida contra o ar, e a
declaração do juízo se segue, como os outros, por relâmpagos, e vozes, e
trovões, e ocorreu grande terremoto (vs. 18, 19). Não posso deixar de pensar
que o ar aqui tem o mesmo significado que na frase de Paulo referindo-se ao
"príncipe das potestades do ar" (Ef. 2:2). (Para discussão mais
detalhada do assunto, veja meu livro, This Atomic Age and the Word of God, pág.
222-248). Os distúrbios nos ares culminam com a queda de grandes pedras de gelo
(Ap. 16:21), pesando cerca de um talento cada (vinte e seis ou quarenta e
quatro quilos); e outra vez os homens blasfemaram contra Deus.
A declaração de
que nesta ocasião caíram as cidades das nações (v. 19), ou, como alguns
traduzem, as cidades dos gentios, pode ser, como Weidner sugere, uma inferência
a Mq. 5:10-15. Duas outras cidades foram citadas aqui, Babilônia e a grande
cidade, sendo esta última, de acordo com Milligan, Simcox, Weidner e muitos
outros, a própria Jerusalém. A
lguns
comentadores têm defendido que estas três sucessivas séries setenárias de três
juízos são a recapitulação dos mesmos eventos. Isto é, as trombetas recapitulam
o que os selos anteriormente apresentaram, mas com maior intensidade; e as
taças recapitulam os mesmos acontecimentos, caracterizando-os com ainda maior
severidade. Eu não tenho conseguido aceitar esta opinião. O motivo é que a
seqüência de cada série é completamente diferente, e só isto, ao que parece,
torna o conceito da recapitulação impossível.
No quadro abaixo
apresento a seqüência das séries dos juízos, usando o juízo das taças por guia.
Abaixo da linha, sob as trombetas e os selos, encontram-se os fenômenos que não
aparecem nos juízos das taças. Nenhum esforço foi feito para colocar os itens
abaixo da linha em alguma ordem cronológica, nem mesmo o de fazer um paralelo
entre os selos e as trombetas; antes, foram colocados em posições opostas para
economizar espaço.
VI.
Babilônia e Armagedom. 17:1 – 19:21.
Juízo sobre a Babilônia. 17:1 – 18:24.
A oitava parte
de todo o livro do Apocalipse, cerca de cinqüenta versículos, foi dedicada ao
julgamento da Babilônia (14:8-10; 16:17- 19:5). Contudo, a interpretação da
Babilônia no Apocalipse tem dado lugar a mais diferença de opiniões do que
qualquer outra passagem deste livro. No V.T. o nome Babilônia tem a sua origem
em Babel, a qual é claro sempre simbolizou revolta contra Deus, e confusão (Gn.
10:8-12; 11:1-9). Babilônia foi a conquistadora do reino de Judá, a teocracia
(II Reis 24; 25, etc.). Com Nabucodonosor, o rei da Babilônia, começou "o
tempo dos gentios" (Jr. 27:1-11; Dn. 2:37, 38).
A Babilônia ocupa um
grande lugar nas profecias das nações no V.T. (Is. 13; 14; 47; Jr. 50:51). A
Babilônia está diante de nós nestes dois capítulos sob dois diferentes
aspectos. No capítulo 17, ela está identificada com a grande prostituta, uma
mulher que não aparece no capítulo 18. A besta com as sete cabeças e os dez
chifres está confinada ao capítulo 17, único lugar onde encontramos os reis da
terra avançando para fazer guerra contra o Cordeiro. No capítulo 18 a Babilônia
parece ser alguma cidade ao longo do grande rio, apinhada de navios mercantes
de toda a terra, detalhes que não aparecem no capítulo 17. Talvez devamos
examinar o texto propriamente dito e depois discutir interpretações.
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